Era um Passaram-se dois No terceiro eu queria morrer Mas no quarto o sol foi tão gritante Que não tive escolha Dancei loucamente VanessaeVanessa
Arquivos Anuais:2007
Fragmento
Quero me afogar na chuva como as plantas. E sentir como um estômago. Digerindo, produzindo líquidos. Vomitando e separando nutrientes. Quero um poço cheio de lama: misturar-me aos vermes. Rastejar… VanessaeVanessa
Auto da poesia autoral
Sou poeta da autoreferênciaInterior de mimEu, concreta e neblinaQue carrega a casa nas costas Não preciso de mais nadaMeu quintal é o mundo inteiroPoeta que não escreve ou diz para ser poetaPoeta que se gradua no cotidianoNa hora da alvorada, do amor, da refeiçãoNa hora do nada Sou poeta de mim e de tudoPorque emContinuar lendo “Auto da poesia autoral”
Ode
Ode ao mar que me faz silêncioAo sol que me faz desejoAo mistério que me faz criançaDe todas as coisas do mundoCarrego um poucoE de todas as estrelas,virtualidade da matéria,carrego a longa permanência da luzE do caminhar à beira de breves ondassentido em meus pés desenraizadosa áspera areia brancaSei… sincero é o mais longínquo dosContinuar lendo “Ode”
Móbile
DançoE quando não dançome lanço Retomo dois, três, quatro passosSeparo cinco, seis, sete cantosE reparo De um lado a outro me deslocoCaminho lado a ladoE enganoMe engano Sou reflexoSom de ecoMe debatoMe carrego Sou de ferroE de açoTambém refaço Sou de ventoE de águaMe entregoAfogo mágoa Sou exataPor alguns segundosAntes de uma nova rajada VanessaeVanessa
Água
Caem como estrelas no horizonte da noiteEntregam-se como loucos apaixonadosGolpeiam, tomando para si tudo o que desejamE mesmo quando não desejamCorróem, diluem, esbravejam Rastejam como bichos famintosViolentam como doentes terminaisCarregam, levando tudo o que se moveE mesmo o que não se moveDesvelam, desnivelam, retomam E minha dor vem como um refluxoRemexeFlutua como bolha de sabãoNoContinuar lendo “Água”
Do efêmero infinito
Sou uma “pensatriz” do disformePorque não concebo idéia e históriaMas a possibilidade do impossível Sou o que pensa e desconstrói o pensamentoAtivista do momento eternoE manifestante da não-teatralidade Sou o que existe e seu opostoE mais ainda, o que não se concebeUma força que emana dúvidaE suga a luz do mundo Sou mais…O que seContinuar lendo “Do efêmero infinito”
O mar
Esse mar tão abertoque me impele a vivê-lo Não a desvendar seus segredospois já os sei, meu mar aberto sei a brisaa forçasei o tom e os silêncios Esse mar tão meu e tão do mundolembra-me a mimTão minha e tão do mundo E o barco que o navega,meus desejos submersosaquáticosfluidos Metamórficos!!! Essa metamorfose doContinuar lendo “O mar”
tempo
às vezes eu carimboàs vezes eu datilografodura vida de escrivãdura vida do cotidianoàs vezes eu penso…às vezes dispenso VanessaeVanessa
dia perfeito
um dia perfeito…em que cores efusivas se espalham com o sol,de vento revolvendo alegrias e amoresum dia de luz…de vida pulsante no horizontede saudades de sorrisos e olhares distantesum dia perfeito…com quem viver um dia de luz?com quem viver por todos os dias? VanessaeVanessa
quando o mundo nasceu
todos esses magníficos sons ao luar…sem muita explicação eu amavae como amava o ser celestialque, de tanto rir, me encantavaeu vivia para este encantamentonaquele tempo em que as floresainda viviam pela terranaquele tempo em que o mundo,de uma explosão,fez-se esplendorosa profusão de cores e olfatosquanto então toda a vida gritoue transformou o conceito de silêncioContinuar lendo “quando o mundo nasceu”
Nostalgia
Existir é viver no limite da sanidade. Se eu pudesse agora te dizer de tudo que em mim explode… Se eu pudesse escarrar minha saudade… Essa nostalgia toda de barro, folhas e suores. Sempre a lembrança entre os presentes! VanessaeVanessa