Biografia


Foto: Ana Clara Miranda

“Sou eu próprio uma questão colocada ao mundo e devo fornecer minha resposta. Caso contrário, estarei reduzido à resposta que o mundo me der.” (Carl Jung)

Nomeada como Vanessa, nome inventado no início do século XVIII pelo escritor irlandês Jonathan Swift em um poema de amor, sou antes de tudo um ser humano inquieto. Escritora por vocação – e, pelo visto, pela vocação do nome -, pesquisadora por força do inconsciente e fazedora de arte por amor, intento criar minha vida como minha grande obra de arte.

Vim ao mundo na cidade brasileira de Petrópolis, região serrana do Rio de Janeiro, onde vivi minha infância. Aos 9 anos, fui morar perto do mar e me apaixonei por essa “imensidão imensa”, o que me levou a mergulhar, mais à frente, na minha genealogia e na poesia portuguesa. Sou descendente de portugueses da Ilha Terceira, no arquipélago dos Açores, que fica no meio do Atlântico. Conheci a Ilha em 2018 e parte da história narrada em meu primeiro livro de ficção, A estrada da saudade, se passa nela. Na adolescência, morei nas montanhas de Minas Gerais, terra da minha mãe, onde vivi vales e cumes com muita intensidade. Desde os 18, moro na divina loucura do Rio de Janeiro.

Tenho na escrita criativa, na pesquisa em cultura e no desenvolvimento de projetos artísticos e culturais as minhas principais atividades. Cinema e música são duas paixões. Meu fascínio pelos mitos, as histórias e os símbolos, junto a uma profunda necessidade de compreensão da natureza humana, me levaram para a arte, a literatura e o pensamento, e tudo isso me conduziu ao estudo mais fascinante que eu poderia encarar: a obra de Carl Gustav Jung.

Sou doutoranda em Ciência da Religião na UFJF; mestra em Comunicação e Cultura pela UFRJ; e bacharel em Produção Cultural pela UFF. Foi também na UFF que fiz a minha primeira formação: como atriz, no antigo Curso Técnico de Formação de Atores. Também estudei canto por alguns anos, me especializei em Psicologia Analítica, fiz cursos livres em PsicanáliseComunicação Não-Violenta e Biologia Cultural, e um curso de Economia da Cultura e Cooperação Cultural na Universidad de Valladolid, na Espanha, como bolsista do Ministério da Cultura espanhol. Desde 2001, também estudo e pratico o Yoga e a cultura védica, a milenar cultura da Índia.

Como escritora, tenho 4 livros publicados: um ensaio, um romance literário e duas coletâneas de poemas. Desenvolvi ainda textos para atuação e declamação, tendo adaptado para monólogo o clássico Grande Sertão: Veredas, de Guimarães Rosa, encenado em 2016, e criado textos poéticos originais que foram interpretados em saraus e junto a concertos sinfônicos e de câmara no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, Cidade das Artes e Sala Cecília Meireles. Por muitos anos, escrevi poesia e letras de música. Atualmente, me dedico ao ensaio e à ficção.

Desde 2000, construí uma carreira como produtora, sendo responsável pela coordenação e produção de projetos nas áreas de Música, Literatura, Pensamento, Audiovisual e Artes Cênicas. Fundei e dirigi a empresa de projetos e captação de recursos Trevo Criativo e sou cofundadora da orquestra multimídia Johann Sebastian Rio, da qual fui diretora executiva e assistente artística entre 2014 e 2019. Sou produtora cultural concursada na UFRJ (atualmente em licença), onde trabalhei no Fórum de Ciência e Cultura, coordenando projetos de música e audiovisual, e na Escola de Música, como produtora da orquestra sinfônica da Universidade, a OSUFRJ.

Como performer e atriz, atuei em montagens independentes com textos clássicos, liderei duas bandas musicais como vocalista e letrista, e interpretei poemas em saraus e concertos. Também atuei como Riobaldo no monólogo adaptado de Grande Sertão: Veredas.

Atuo ainda como palestrante em diversas instituições e como professora em cursos livres. Entre 2007 e 2012, fui professora universitária no Departamento de Arte da UFF e no Bacharelado de Marketing e Entretenimento da ESPM/RJ.

Em 2020, fundei a Medicina das Palavras, uma marca voltada para a realização de projetos de educação, cultura e entretenimento que tenham como foco o autoconhecimento e as relações humanas. A Medicina das Palavras é um work in progress que a todo instante me revela.

Por fim, posso dizer que sou devota da natureza em suas expressões múltiplas. As montanhas, as matas e o mar sempre me trazem respostas. Meu Deus talvez seja o Deus do filósofo Spinoza: Deus sive Natura (Deus, ou seja, a Natureza). Deus é um mistério, no entanto. Uma resposta que busco dentro de mim.

Foto: Ana Clara Miranda (ensaio)
Foto: Red Werneck (ensaio)
Foto: Ana Clara Miranda (ensaio)