Está explícita para quem tiver olhos para ver e ouvidos para ouvir, ou seja, os olhos e os ouvidos da consciência, a violência linguística, simbólica e material do discurso e da prática política de Jair Bolsonaro e os seus. Diante disso, fica a pergunta aos que veem esse cenário com perplexidade: por que algumas pessoas defendem Bolsonaro e seu projeto de Nação? A resposta é tão simples quanto complexa.
Ao utilizar-se de uma psicologia fascista, Bolsonaro se tornou um avatar da Sombra coletiva do Brasil, liberando dos esgotos os bichos escrotos, aqueles que acreditávamos ter sumido no decorrer da história ou, pelo menos, existir em pouca quantidade. Mas eles estavam apenas adormecidos, esperando a melhor condição para despertarem. Uma psicologia fascista é pautada pela ocultação de informações, a criação de bodes expiatórios e de factóides, a produção de ódio e de medo e a desconsideração pela historicidade da sociedade e de suas instituições. Ela mobiliza, assim, afetos sombrios da psique humana. Mas para que ela ganhe força em uma sociedade, há que haver condições de possibilidade.
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