máquina

uma poetisa que assim se nega,
embora seja tão dona das palavras,
então me disse:
encare o coração como uma máquina!
se ele não está funcionando direito
é porque está sobrando ou faltando alguma peça
lembre-se do nosso engenheiro sensacionista

e a ele dedico a minha prece:
ó grande senhor da poesia,
amado mestre,
que ama os navios e as engrenagens
porque eles funcionam,
conceda-me, mestre, a dádiva de também amar assim,
apenas aquilo que funciona como tem que funcionar,
porque hoje, que se dane a poesia, o abraço
e a chuva que cai lá fora pedindo aquele corpo do meu lado.
eu morreria mesmo é triturada por um motor
e não por sua rima

Autor: Vanessa Rocha

Escritora ensaísta, de ficção e de poesia. Palestrante, pesquisadora e professora. Doutoranda em Ciência da Religião, especialista em Psicologia Analítica, Mestra em Comunicação e Cultura, Produtora Cultural e Artística. Quatro livros publicados e contando...

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