Por que encerrei um canal no YouTube após uma semana do lançamento: uma conversa sobre excesso e exaustão

Começo esse texto às gargalhadas, imaginando a expressão das pessoas que me conhecem mais intimamente dizendo: “Tinha que ser a Vanessa mesmo! É muito geminiana!” Nessa hora a gente culpa a astrologia para não se sentir muito destrambelhada. Pois eis que após planejar e lançar um canal meu no YouTube, voltado à arte e ao entretenimento com pensamento crítico, desisti dele uma semana depois. Em alguns casos, desistir é, definitivamente, uma opção! Mas por que eu quero desistir? Será que é isso mesmo? Pensei durante toda a semana, tomada pela exaustão e uma pressão terrível de ter que fazer roteiros, gravar e editar vídeos com temas variados, muitos deles passando longe do meu tema de pesquisa atual, sendo que meu tempo já está tão ocupado. Inclusive, ocupado pelo dolce far niente, a doce alegria de fazer nada, algo que demorei muito para conseguir inserir na minha vida e que merece a minha dedicação. Venho descobrindo que fazer nada é tão necessário quanto fazer a coisa certa.

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O mal não tem uma resposta fácil! A série Dahmer: um canibal americano traz mais perguntas do que respostas.

Escrevo hoje sobre uma série que entrou para a lista das 10 séries mais assistidas da história da Netflix – Dahmer: um canibal americano – que conta a história, ficcionalizada, do serial killer Jeffrey Dahmer. Não contente em produzir a série, a Netflix ainda lançou hoje, dia 7 de outubro, um documentário sobre o caso.

Para mim essa foi uma série bem difícil de assistir, pois ela fala de uma história real e intragável que nenhuma história de terror de ficção chega perto. Até hoje, o mais perto que eu cheguei de sentir um asco profundo com uma ficção de terror foi lendo o livro “A narrativa de Arthur Gordon Pym”, que é o único romance de Edgar Allan Poe e até tem uma questão semelhante a de Dahmer, num ponto bem específico do livro. Ainda assim, a história não se aproxima de Jeffrey Dahmer e por uma razão muito simples: a de Dahmer é real e nos leva a questionar os limites da nossa humanidade.

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The Boys e a violência da vida real

The Boys, série do Amazon Prime, me trouxe tantas reflexões que se tornou uma série muito especial para mim. Não a acompanhei no seu lançamento, acabei de assisti-la, então ela está bem fresca na minha mente e no meu coração. Achei uma das melhores séries que assisti e uma produção impecável da Amazon. Não apenas pela arte e a técnica, mas também pela crítica social, que bate pesado nas principais feridas da sociedade estadunidense, mas que são as feridas de todos nós que vivemos no chamado “mundo civilizado”: a misoginia e o machismo, o racismo, a imoralidade do capitalismo, a sujeira da alta política, os preconceitos e abusos de toda ordem.

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Será que um dia conseguiremos reduzir a violência?

Texto publicado no Medium em 15/03/2021

Essa tem sido a pergunta que não quer calar na minha mente já há algum tempo. Ela me levou ao meu atual objeto de pesquisa, por ser ele as origens da violência: o ódio. O título é provocador: eu insiro todos nós no dilema. Portanto, se você chegou a esse texto se perguntando “por que o mundo está tão violento”, “por que o grupo tal é tão agressivo”, eu te convido a ir além. Não é sobre o mundo que falamos, como se o mundo fosse uma abstração fora do nosso olhar e ação sobre ele. É sobre você, sobre mim, sobre todos nós. Trata-se de responsabilidade compartilhada.

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